domingo, 1 de janeiro de 2012

A observação do céu




Pode até parecer algo simplório,mas uma das experiências mais fascinantes é admirar o céu estrelado.Primeiro porque,com a correria do dia-a-dia,até nos esquecemos de olhar para cima e contemplar a beleza da noite.

Tempo e espaço
Quer fazer uma viagem no tempo e no espaço?Então,não precisa ir longe.Basta olhar,em uma noite límpida,para um céu estrelado.Cada pontinho brilhante é a própria visão do passado,que pode ser breve ou muito remoto.

Olhar o céu noturno,com cada pontinho brilhante,é mais do que simplesmente apreciar a beleza das estrelas.É como ver uma fotografia do passado.Essa é uma ideia fascinante,quando se torna mais bem compreendida.É simples entender.Lembre-se que a luz do Sol leva pouco mais de 8 minutos para chegar na Terra,atravessando os cerca de 150 milhões de quilômetros que separam os dois corpos celestes na velocidade da luz-300 mil Km/s no vácuo.
Do mesmo modo que o Sol,cada estrela emite luz.Esta,por sua vez,propaga-se em todas as direções pelo espaço e percorre determinada distância,maior ou menor,até ser visível na Terra.Imagine observar um astro qualquer,localizado a cinco anos-luz da Terra.Conclui-se que o brilho dessa estrela leva cinco anos para chegar aqui.Ou seja,a luz que hoje vemos foi emitida,na verdade,cinco anos atrás.
A situação torna-se mais interessante quando buscamos uma estrela situada a uma distância ainda maior.Se está está a 150 anos-luz da Terra,isso significa que a luz captada agora foi emanada da estrela há 150 anos.O fato curioso é que,quando a referida estrela emitiu a luz que vemos hoje,nenhum dos mais 6 bilhões de habitantes atuais no planeta havia nascido!

Distância Galáctica
O mesmo raciocínio pode ser aplicado às galáxias.Vizinhas da Via Láctea,a galáxia de Andrômeda está localizada a cerca de 2,3 milhões de anos-luz.Portanto,a imagem captada pelos telescópios atuais partiu de Andrômeda 2,3 milhões de anos atrás.Para comparar,essa época corresponde ao Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada,quando o homem primitivo ainda vivia em cavernas e nem havia aprendido a dominar o fogo.
Com potentes telescópios da última geração,é possível enxergar muito mais longe,a bilhões de anos-luz daqui.A conclusão é que,quanto mais distante se vai na observação dos astros,mas se recua no tempo.Por isso,quando os astrônomos anunciam a descoberta de uma galáxia a,digamos,10 bilhões de anos-luz da Terra,a comunidade científica entra em êxtase.Afinal,o que se vê é um momento em que o universo era muito jovem.
Logo,a pergunta que fica é:o que aconteceria se um instrumento avançadíssimo de observação conseguisse captar uma imagem muito mais distante do que a referida galáxia situada a 10 bilhões de anos-luz?
É uma resposta que os cientistas continuam buscando incessantemente,porque,a partir dela,o ser humano seria capaz de ver o retrato do universo muito próximo de sua origem,do ponto em que tudo começou,há cerca de 15 bilhões de anos,quando se estima que ocorreu o Big Bang,a chamada explosão primordial que deu início a tudo o que existe atualmente.Seria a própria viagem no tempo e espaço rumo à gênese do universo.

Mitos de criação
Diversas sociedades em diferentes épocas procuraram compreender a criação do mundo.Muitas das respostas encontradas pautam-se não na ciência,mas na observação da natureza e na religião,e integram a herança cultural das civilizações.

Compreender a origem do mundo e de si mesmo é uma necessidade que acompanha o homem há milênios.Assim,mesmo sem possuir os conhecimentos científicos e os avanços tecnológicos da sociedade atual,os povos antigos também procuram entender,cada qual a seu modo,a origem de tudo.Nas civilizações pré-científicas a busca por respostas residia na natureza e na religião.
A comunidade cristã,por exemplo,segue o mito da criação descrito no livro de Gênesis,da mesma forma que as demais religiões monoteístas creem na ideia de um criador do mundo onipotente e onisciente.A divindade única,responsável pela construção de tudo,é uma crença comum a várias culturas,do Oriente às Américas.De modo geral,tal deidade possui características recorrentes:existe desde antes da criação do mundo e fez o universo conscientemente e por vontade própria.

Outras visões
Existem muitos outros mitos de criação.Sociedades como a dos índios navajos,que habitavam a América do norte,creditam a construção do mundo a uma vontade do próprio mundo,que teria emergido a partir da terra.Os antigos babilônios acreditavam que  universo havia sido criado por um pai e uma mãe primordiais,representadas respectivamente pelo céu e pela terra.A etnia africana dos dogons acredita que o início de tudo teria sido um ovo,no qual foram colocados por uma deidade dois pares de gêmeos embrionários.
Atualmente,a mitologia nos diz mais sobre como cada povo encara os mistérios do universo e a criação do mundo do que exatamente como ele surgiu.
São mitos que sobrevivem até hoje,como parte da herança cultural e religiosa.

O poder dos astros
Astrologia nem sempre foram áreas de estudo independentes.
Em outros tempo,a observação dos astros e as previsões do destino das pessoas e dos eventos guardavam vínculo bastante estreito.

Durante muito tempo,o estudo dos astros unificou aspectos astronômicos e astrológicos.Assim,era forte a crença de que acontecimentos na vida das pessoas e na Terra teriam correspondência com as posições e os movimentos dos corpos celestes.É um ponto de vista bastante compreensível.Afinal,a posição do Sol em diferentes épocas indicava,por exemplo,climas diversos,o que determinava as mudanças das estações do ano,ao mesmo tempo que a Lua tinha o poder de influenciar as marés.
Observações do Sol e da Lua eram importantes para os povos antigos não apenas para compreender o céu mas,principalmente,para ajudar na sobrevivência humana.A prática agrícola,por exemplo,estava diretamente ligada a fenômenos naturais.Portanto,era necessário saber a época correta para o plantio e a colheita.Ao perceber que os astros poderiam influenciar na agricultura,o homem desenvolveu a astrologia para desvendar o futuro.Se era possível antecipar ações da natureza observando os astros,por que não predizer o próprio destino?

Aviso dos céus
Os primeiros indícios de que a humanidade estudava astros com o intuito de prever a sua sorte form encontrados entre os caldeus,povo que viveu na região da antiga Babilônia (atual Iraque).Por volta de 3000 a.C,seus sacerdotes procediam estudos dos astros e,a partir de suas interpretações,aconselhavam os governantes a seguirem o que diziam aos céus.Chineses,egípcios,indianos e maias também praticavam astrologia e desenvolveram as próprias previsões.
Com a chegada da astrologia na Grécia,por volta de 500 a.C,filósofos como Pitágoras e Platão também dedicaram-se ao estudo da influência dos astros na vida da terrena.Desse,modo até o século XVI,astronomia e astrologia eram disciplinas estudadas e ensinadas em conjunto nas universidades europeias.

Astronomia a astrologia
A partir das décadas seguintes,com a revolução científica desencadeada pelas descobertas dos estudiosos Nicolau Copérnico e Galileu Galilei e,mais tarde,pelas leis físicas desenvolvidas por Isaac Newton,a astronomia e a astrologia tornaram-se cada vez mais incompatíveis.
Já que a Terra não era o centro do universo como se pensava até então,como seria possível que astros como o Sol e os outros planetas pudessem influenciar este mundo e a vida das pessoas?
O céu visto da Terra não seria,portanto,muito limitado para que os astrólogos pudessem tirar conclusões?A partir desses questionamentos,ocorreu a ruptura entre os dois campos de estudo.
Desse modo,a astronomia e a astrologia passaram a trilhar trajetórias próprias.

Ligando os pontos
São catalogadas 88 constelações,que foram descritas ao longo da história da humanidade.Entre as mais conhecidas estão a de Órion e a do cruzeiro do Sul.

De tanto observar os céus,os astrônomos da Antiguidade começaram a traçar desenhos a partir das estrelas mais brilhantes,na forma de figuras de animais ou objetos.O que começou como passatempo deu origem às chamadas constelações.
Elas ganharam nomes e passaram a ser referências para astrólogos e navegadores,que se orientavam pelas estrelas.Os astrônomos delimitaram,no século XX,88 grupos de estrelas brilhantes que aparecem na esfera celestial - entre elas as 12 zodiacais.Muitas conservam o mesmo nome dados pelos gregos.
Por volta de 4000 a.C,os sumérios já ligavam os pontos estrelares e imaginavam formas como vasos,sinais e tabuleiros.A constelação de Aquário,por exemplo,foi batizada pelos sumérios em homenagem ao deus dos céus An,que jogava águas de imortalidade sobre a a Terra.Em 450 a.C,os babilônios dividiram o céu nas 12 constelações que deram origem aos signos do zodíaco.Egípcios,romanos e gregos também desenharam suas coleções de estrelas.Uma descrição mais organizada do céu só foi feita quando o astrônomo e matemático grego Ptolomeu -que vivia em Alexandria,no Egito -catalogou 48 constelações.Até hoje,47 mantêm os nomes dados pelo astrônomo.

Se você quer conhecer as constelações por meio de fotos,visite a nossa página de fotos e veja:Fotos

Céu do Sul
Até o século XVI,as constelações identificadas eram apenas as observadas no hemisfério Norte.Porém,com o início da exploração dos mares do sul,os navegadores começaram a traçar um mapa do céu setentrional com o objetivo de usá-lo como guia.Graças ao trabalho de dois navegadores holandeses,Pieter Dirkszoon Keiser e Frederick de Houtman,12 novas constelações foram acrescidas.Um outro holandês,Petrus Plancius,identificou outras três.
O mapa foi complementado com 11 novas figuras criadas pelo astrônomo polonês Johannes Hevelius,ilustradas emFirmamentum Sobiescianum,um atlas estelar publicado em 1690.O astrônomo francês Nicolas de Lacaille apresentou,em 1750,14 novas constelações.
Como elaborar constelações parecia um trabalho sem fim,a União Astronômica Internacional determinou,em 1875,a adoção de limites oficiais.
Em 1930,a entidade estabeleceu o padrão de 88 constelações,resultado do trabalho do astrônomo belga Eugène Delporte.

Órion e Escorpião
A constelação de Órion,visível nos dois hemisférios terrestres,é uma das mais conhecidas.Apresenta o formato de um caçador que carrega uma adaga,e pode ser observada no céu noturno apenas entre outubro e março.Para identificar Órion é preciso primeiramente localizar as Três Marias - três estrelas próximas entre si,alinhadas e de mesmo brilho-,que formam o cinturão da constelação de Órion.
Conta a lenda grega que o caçador Órion apaixonou-se por uma princesa.O pai dela,ciumento,cegou o enamorado.Para ganhar de volta a visão,Órion consultou um oráculo e foi aconselhado a olhar para o céu quando o dia estivesse nascendo.Ele assim o fez,e acabou apaixonando-se pelo que viu:a Aurora.Mas esse amor teve vida curta:um escorpião picou o caçador,que adoeceu,morrendo em seguida.
No céu,como se fosse por um capricho dos deuses,as duas constelações nunca se encontram.
Com o movimento de rotação da Terra,quando uma delas surge,a outra desaparece-uma alegoria da perseguição do escorpião a Órion.

Cruzeiro Do Sul
No Hemisfério Sul,uma das constelações mais conhecidas é o Cruzeiro do Sul,com suas cinco estrelas.A 25 graus no sentido sul,próxima do pólo sul celeste e na altura do equador terrestre,a constelação servia como guia para as navegações.Américo Vespúcio,famoso navegador dos mares do sul,fez anotações sobre a constelação em seu livro de bordo em 1507.
O cruzeiro do Sul integra símbolos nacionais de cinco países do Hemisfério Sul-marca presença nas bandeiras do Brasil,da Austrália e da Nova Zelândia,Papua Nova Guiné e Samoa.

Lentes para o céu
Com a invenção e o aprimoramento dos telescópios,a astronomia pôde caminhar passos largos rumo a novas descobertas.

Qualquer astrônomo amador da atualidade consegue observar mais estrelas no céu do que os maiores estudiosos da Antiguidade.Tudo por que existem hoje instrumentos que permitem trazer para mais perto dos olhos objetos tremendamente distantes.Comparado aos dias atuais,em que os cientistas dispõem das mais diversas ferramentas para vasculhar o universo,é até difícil imaginar como os primeiros astrônomos conseguiam realizar suas descobertas sem contar sequer com o auxílio de uma simples luneta.
Por isso,até a invenção de lunetas e telescópios,observar as estrelas com propósitos científicos era algo bastante complicado.Sem a ajuda de lentes que aproximassem os objetos celestes,os astrônomos podiam contar somente com os próprios olhos e com a sorte.
O primeiro passo para facilitar o trabalho dos astrônomos e ''trazer'' o céu para mais perto do ser humano foi criar lentes mais potentes,que começaram a ser desenvolvidas a partir do século XIV.Em 1607,um fabricante de lentes,o holandês Han Lippershey,percebeu que elas poderiam servir como algo a mais do que a confecção de simples óculos.Ao encaixar uma lente diante da outra,ele notou que era possível observar detalhes de uma distante torre de igreja.A descoberta foi compartilhada por outros compatriotas e Lippershey não consegui assumir a ''paternidade'' da invenção,quer rapidamente se espalhou pela Europa.

Invento de Galileu 
Em 1609,o astrônomo Galileu Galilei,tendo tomado conhecimento do instrumento,decidiu construir um semelhante,capaz de aumentar três vezes o tamanho da imagem focalizada -era a primeira luneta criada especialmente para estudar o céu.Com o sucesso do invento ,Galileu resolveu construir uma luneta ainda mais sofisticada,com 1,5 metros de comprimento,cujas lentes aumentavam os astros em trinta vezes.Assim,o cientista pôde estudar,por exemplo,os quatro satélites de Júpiter,as diversas fases de Vênus,os aspectos do Sol e as montanhas e vales da Lua,antes impossíveis de se ver.

Novos Instrumentos
O alemão Johannes Kepler e o britânico Isaac Newton dedicaram-se à construção de instrumentos mais sofisticados,chamados telescópios.
Graças ao seu interesse pelo assunto,Kepler criou um modelo de refração cuja lente captava as imagens de forma invertida.Mais tarde,adicionou uma nova lente no seu telescópio a fim de melhorar o foco.Newton,utilizando o trabalho de Kepler como base para suas experiências,desenvolveu décadas depois um telescópio ainda mais eficaz.
O aprimoramento do telescópio permitiu que o estudo dos astros se desenvolvesse rapidamente.O astrônomo inglês William Herschel,por exemplo,só pôde descobrir o planeta Urano graças à construção de um enorme instrumento de observação.Localizado na cidade de Slough,Inglaterra,e finalizado em 1789,o telescópio era considerado o maior da época e tinha 122 centímetros de diâmetro.

Telescópios ópticos
O funcionamento da maior parte dos modernos telescópios é baseado na captação e no aumento da luz visível das estrelas ou do reflexo delas na superfície de planetas.Tais instrumentos são chamados telescópios ópticos.
Um dos maiores instrumentos de observação do mundo está localizado no topo do Monte Pastukhov,na cadeia montanhosa do Cáucaso,na Rússia.Com espelhos de seis metros de diâmetro,capta com bastante precisão planetas e estrelas distantes.
O observatório de Kitt Peak,próximo à cidade de Tucson,no estado norte-americano Arizona,possui inúmeros telescópios e entre os mais notáveis está o McMath,o maior instrumento para observação do Sol existente no mundo.
Para evitar que os olhos do observador sejam danificados por raios solares,o McMath recebeu lentes especiais.
Observatório de Kitt Peak.
Potência Máxima
Localizado no observatório de Roque de Los Muchachos,nas ilhas Canárias (Espanha),o telescópio William Herschel é um dos maiores do mundo,com lente principal de 4,2 metros de diâmetro.
Integra um conjunto de telescópios que pertencem ao Isaac Newton Group of Telescopes(ING).Seu nome presta uma homenagem ao astrônomo inglês William Herschel (1738-1822).Uma das maiores descobertas desse telescópio refletor foi a presença de uma bolha de gás em expansão no centro da Via Láctea,o que poderia indicar a presença de um buraco negro supermassivo.O William Herschel caracteriza-se por sua flexibilidade de usos e aplicações.O telescópio é operado em conjunto por cientistas de três nações europeias:Reino Unido,Holanda e Es´panha.Na imagem abaixo o interior do teslescópio William Herschel:


Posto de vigília
Desde a civilizações antigas,observatórios dos mais rudimentares aos mais modernos são erguidos para ver o céu.Atualmente,as lentes voltadas para o universo possibilitam enxergar muito além da Via Láctea.

Observatórios astronômicos são tão antigos quanto o interesse do homem pelos mistérios do céu.No início,eram construídos com o objetivo de rastrear as posições do Sol e da Lua para demarcar o calendário terrestre.Observar os astros era importante para as comunidades que dependiam da agricultura para sobreviver.Hoje em dia,eles são usados para compreender o cosmo e solucionar questões que intrigam os especialistas.
Acredita-se que uma das primeiras estruturas para a observação do céu tenha sido Stonehenge,construída na Inglaterra entre 2.500 a.C e 1700a.C.As ruínas do sítio arqueológico,que parecem estar dispostas de forma caótica,na verdade marcam com precisão os solstícios de inverno e de verão,quando o Sol exatamente entre as pedras principais.Contemporâneos à Stonehenge são os zigurates,espécie de torres com aberturas para o céu,de onde os babilônios faziam suas observações aos astros.As civilizações pré colombianas,por sua vez,erguiam construções nas quais,em determinado dia do ano,o reflexo do sol se encaixava perfeitamente.
Os observatórios que conhecemos atualmente nasceram no mundo islâmico entre os séculos IX e X,nas cidades Damasco e Bagdá.Neles,os astrônomos dedicavam-se à observações dos astros não apenas com o objetivos religiosos ou interesses práticos - como a atualização de calendários,-mas com propostas científicas.
Entre os que obtiveram mais êxito está o de Maragheh,no atual Irã.Lá,os astrônomos começaram a colocar à prova,por volta de 1260,as teorias ptolomaicas.Cerca de 150 anos depois,o muçulmano Ulug Beg ergueu em Samarcanda ,no atual Uzbequistão,outro observatório no qual foram catalogadas centenas de estrelas,anos antes de europeus as descobrirem.
O primeiro grande observatório moderno foi construído em 1576,na ilha de Hven,pelo rei Frederick,da Dinamarca,a pedido do astrônomo Tycho Brahe.Depois da invenção do telescópio,no início do século XVII,a Inglaterra criou em Greenwich o primeiro grande centro de observação astronômica da Europa,famoso por ser o marco zero do horário oficial do mundo.Recentemente,Greenwich foi transformado em museu.

Cerro Paranal
O Observatório astronômico de Cerro Paranal,ao norte do Chile,é um dos mais avançados do mundo.
Cerro Paranal localiza-se na parte mais seca do Deserto do Atacama,onde as condições para a observações astronômicas são extraordinárias.O monte de 2.635 metros de altitude oferece cerca de 350 noites sem nuvens por ano com estabilidade atmosférica pouco comum.
O complexo conta com o Very Large Telescope (VLT),conjunto formado por quatro telescópios idênticos de 8,2 metros de diâmetro,com capacidade para,por exemplo,identificar um astronauta na Lua.
Para evitar que o espelho principal deforme imagens,o VLT conta com um sistema chamado óptica ativa,que mantém a forma ideal do espelho a qualquer momento,graças a 150 pistões que os sustentam e corrigem a sua posição de modo sincronizado.Inaugurado em 2006,o VLT é operado por um consórcio científico integrado por 8 países europeus.Um de seus objetivos é encontrar novos mundos ao redor de outras estrelas.

Hemisfério Sul
O maior conjunto de observatórios do Hemisfério Sul está na Austrália.Próximo a Canberra fica o maior deles,o de Mount Stromlo,fundado em 1924.Localizado a aproximadamente 800 metros acima do nível do mar,o Mount Stromlo tem um telescópio refletor de quase dois metros.Mas o crescimento da cidade vizinha,cuja a luz noturna dificulta a análise das estrelas,demandou a construção de um novo observatório em uma região mais remota.
Em 1975,o governo da Austrália,com o auxilio da Grã-Bretanha,construiu o observatório de Siding Spring Mountain,no estado de Nova Gales do Sul.Ele é atualmente um dos mais modernos do mundo,contando com um telescópio principal de 1,2 metro de diâmetro,similar ao do norte-americano de Monte Palomar.
O Observatório Nacional,em São Cristóvão,no Rio de Janeiro,é o principal do Brasil.Fundado em 1827 por D.Pedro I,é o mais antigo em funcionamento na América do Sul.Possui um telescópio óptico de 1,6 metro.

O olho do espaço 
O telescópio espacial Hubble,localizado na órbita da Terra,é um potente olho do universo,capaz de registrar imagens jamais vistas pelo ser humano.

A 600 quilômetros de altura,na órbita terrestre,localiza-se um dos mais importantes instrumentos astronômicos já produzidos:o telescópio espacial Hubble.Instalado em 1990,com o auxílio do ônibus espacial Discovery,o Hubble apresentou ''miopia'' logo que entrou em funcionamento.Foi consertado por astronautas em uma operação arriscada e,desde então,captou algumas das imagens mais espetaculares,jamais vistas.Menor do que muitos telescópios em terra,eles conta,porém,com uma grande vantagem:a visão límpida do espaço,quase sem interferência da atmosfera.
O Hubble tem registrado fotografias belíssimas de galáxias,berçários de estrelas e explosões cósmicas.O espetáculo para os olhos,porém,é apenas uma pequena parte do potencial do telescópio.As imagens são valiosíssimas para a ciência porque revelam fundamentos tais sobre o universo.
Um de seus registros mostra evidências que praticamente confirmam a existência dos buracos negros,que os astrônomos supunham existir,mas não tinham como confirmar.Em três galáxias investigadas pelo telescópio,descobriu-se que a massa de centenas de milhões de sóis é comprimida em uma pequena região do espaço,o que parece comprovar a tese dos cientistas sobre o comportamento dos buracos negros.
Em outros objetivos,o telescópio busca evidências sobre a origem do universo,um dos maiores enigmas da ciência.O Hubble está medindo as distâncias das galáxias mais longínquas para que seja possível estimar com maior precisão a idade do cosmo.
Abaixo o telescópio Hubble e algumas de suas imagens:
          


Por dentro do Hubble
O Hubble não foi o primeiro instrumento de observação espacial.Em 1972,a NASA lançou o Copernicus,um telescópio com apenas 81 centímetros de diâmetro.Esta experiência pioneira abriu caminho para o projeto do Hubble,que,além de espelho principal,com 2,4 metros,conta com espelhos secundários capazes de receber raios visíveis e também os ultravioleta e infravermelhos.Depois de captados pelos espelhos,os raios são processados para gerar imagens de alta definição - a capacidade de resolução é de 10 vezes maior do que qualquer telescópio da Terra.
Um mês após o lançamento, o Hubble apresentou problemas:a lente refletora principal mostrou-se inadequada para focalizar com a precisão desejada.Em 1993,a NASA enviou uma missão para corrigir o defeito.Atualmente,o Hubble está em pleno funcionamento.O aparelho leva 95 minutos para dar uma volta ao redor da Terra,e é abastecido por dois painéis que coletam a energia solar para alimentar seus equipamentos.

Outros telescópios
O Hubble não é o único telescópio espacial.O Spitzer,lançado em agosto de 2003 e que deve operar até 2008,fotografa objetos distantes.O Soho,por sua vez,permite ver em detalhes as interações entre o Sol e a Terra.O Chandra,lançado em 1999,informa quantidade,a posição e energia dos raios X por meio de seu dispositivo fotográfico.

NOVA GERAÇÃO
Projetos para construção de novos telescópios espaciais já estão em andamento.Em 2008,a Nasa planeja lançar o telescópio espacial Kepler,para investigar planetas extra-solares.Para o ano de 2011 prevê-se o lançamento do telescópio James Webb,que devera observar a formação e o início da evolução das galáxias.Para tanto,serão instalados receptores ultra-sensíveis de ondas médias e pequenas de raios infravermelhos,luz que,supõe-se,que seria emanada de galáxias muito jovens.Com estimativa para lançamento entre 2015 e 2020,o Safir,equipado com novos instrumentos para estudar a radiação infravermelha e microondas,dever-a ser o substituto dos atuais observatórios espaciais.Ele terá como tarefa explorar estrelas e galáxias formados há muito tempo.Após seu lançamento,a Nasa pretende construir um telescópio óptico para a observação de raios ultravioletas.
Telescópio James Webb.


Observação Indireta
Os cientistas não dependem apenas dos olhos para enxergar objetos celestes.Eles podem detectá-los por radiação eletromagnética.

A detecção e o estudo de corpos celestes não se faz apenas por meio de telescópios.Além da luz visível,os astros emitem radiação eletromagnética -em forma de ondas de rádio e raios X,gama,ultravioleta e infravermelho -que pode ser captada com instrumentos específicos.
O norte-americano Karl Jansky (1905-1950) foi o primeiro a constatar que o espaço não vive em permanente silêncio e que os objetos celestes emitem ondas eletromagnéticas.Em 1932,enquanto estudava os efeitos das tempestades nas ondas de rádio terrestres,o engenheiro captou uma emissão de origem desconhecida.Anos depois,descobriu-se que aquela radiação não era originada na atmosfera,mas no centro da Via-Láctea.
A partir de então,os astrônomos investiram na construção de radiotelescópios.Eles têm o formato de antenas parabólicas,semelhante às usadas para captar as ondas de TV,porém,são bem maiores e captam frequências totalmente inaudíveis para o ser humano.
Em 1963,o governo morte-americano investiu na construção do maior radiotelescópio do planeta.
Localizado em Arecibo,em Porto Rico,o aparato dispõe de uma antena principal com cerca de 300 metros de diâmetro.Para efeito de comparação,o maior radiotelescópio brasileiro,o Rádio-Observatório Espacial do Nordeste,no Ceará,possui diâmetro de 14,2 metros.

Radiotelescópio de Arecibo.


Radiotelescópio do Ceará.


Radiação diversificada
A radiação infravermelha,a ultravioleta e os raios gama são detectados por outros instrumentos.A captação da radiação infravermelha é útil no estudo de estrelas em formação.As ondas ultravioleta fornecem informações sobre gases interestelares.Com os raios gama são estudados eventos catastróficos,como colisões entre as estrelas.

Raios X
A astronomia usa os raios X para ''enxergar'' melhor alguns objetos celestes.A pesquisa com esse tipo de radiação começou na década de 1960.Para captá-la é necessário um tipo específico de detector-telescópio,cujo espelho principal tem forma quase cilíndrica.Os raios X do objeto focalizado atingem o espelho em um ângulo tão pequeno que chegam tocar levemente nele,sendo depois refletidos no detector.Para bloquear a interferência de radiação proveniente de outros objetos estelares,a maioria dos detectores tem bordas feitas de chumbo.
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