A Lua, o vizinho mais próximo da Terra, tem sido estudada há muito tempo para nos ajudar a entender o nosso próprio planeta. No momento, o que tem atraído grande interesse é o interior luna, que pode abrigar pistas de suas origens. Numa tentativa de extrair informações do interior mais profundo da Lua, uma equipe de pesquisadores liderados pela NASA aplicou uma nova tecnologia a antigos dados sísmicos obtidos pelas missões Apollo. Esses dados foram reanalisados e confirmou-se aquilo que os cientistas já previam: a Lua tem um núcleo. E ele é bem parecido com o da Terra.
Saber como é formado o núcleo da Lua pode ajudar os cientistas a entender o funcionamento do seu dínamo - um processo natural pelo qual nossa lua pode ter gerado e mantido seu próprio campo magnético forte. Os resultados obtidos pela equipe da Nasa, publicados na edição online de janeiro de 2011 da revista Science, sugerem que a Lua tem um núcleo interior sólido, rico em ferro, com um rádio de cerca de 240 km, e um núcleo exterior de ferro líquido com um raio de aproximadamente 330 km. Onde ele difere do da Terra é a camada-limite em torno do núcleo que tem um raio aproximado de 480 km. A pesquisa indica que o núcleo contém uma pequena porcentagem de elementos leves, como enxofre. A Terra também contém elementos leves como enxofre e oxigênio na camada em torno de seu núcleo.
Concepção artística do núcleo da Lua como revelado nas novas descobertas da Nasa.
"O interior mais profundo da Lua, especialmente se ele tem ou não um núcleo, tem sido um ponto cego para os sismólogos", disse Ed Garnero, um dos pesquisadores. "Os dados sísmicos das antigas missões Apollo traziam imagens muito confusas da Lua e não inspiravam confiança. As informações sugeriam a presença de um núcleo, mas detalhes como o seu tamanho e composição não eram bem claros.
Sismógrafos espalhados pela Terra tornaram possível o estudo do interior de nosso planeta. Após terremotos esses instrumentos registraram ondas que viajaram através do interior do planeta, o que ajudou a determinar a estrutura e composição das camadas da Terra. Da mesma forma que os geocientistas estudaram os terremotos para aprender sobre a estrutura da Terra, as ondas sísmicas dos terremotos lunares podem ser analisadas para sondar o interior lunar.
Quando Garnero e sua aluna Patty Peying ouviram sobre a pesquisa que estava sendo feita para procurar o núcleo da Lua, eles sugeriram um novo método. De acordo com Garnero e Peying, múltipos registros processados juntos permitiriam aos pesquisadores extrair os sinais mais remotos. As camadas que refletem a energia sísmica poderiam ser identificadas, o que em última análise significaria a composição e estado da matéria em profundidades variadas.
A equipe descobriu que interior mais profundo da Lua tem estruturas consideravelmente parecidas com a Terra. O estudo sugere ainda que o núcleo lunar contém uma pequena porcentagem de elementos luminosos como o enxofre.
"Há muitas coisas interessantes acontecendo na Lua. No entanto, há muita coisa que a gente não sabe sobre o seu interior, e esta informação pode ser fundamental para determinarmos a origem e a evolução da Lua", explicou Garnero.
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