Um Sol diferente
No dia 8 de junho de 2004, o Sol nasceu com um aspecto diferente, mas apenas os atentos perceberam isso. Entre a Terra e o Sol, estava o planeta Vênus, em um fenômeno astronômico bastante raro, o trânsito de Vênus.
O que é?
Vênus é um planeta cuja órbita é interna à da Terra, ou seja, ele orbita entre a Terra e o Sol. O trânsito de Vênus nada mais é do que um alinhamento entre o Sol, Vênus e a Terra. Durante esse fenômeno, Vênus passará diante do disco solar, formando algo como um minieclipse, e causará uma diminuição de cerca de 1% da luz solar que atinge a Terra, o que será imperceptível.
Posição dos planetas no momento do trânsito de Vênus. Observe que a Terra, Vênus e o Sol formam um alinhamento perfeito.
Um evento raro
Esboço do último trânsito de Vênus, que ocorreu em 1882 e foi observado pelo pernambucano José Brasilício de Souza.
Histórico
O trânsito de Vênus tem um papel importante na história da astronomia. Em 1667, o famoso astrônomo Edmund Halley percebeu que poderia usar esse fenômeno para calcular a distância exata entre a Terra e o Sol. Como sabia que não estaria vivo para presenciar a próxima ocorrência do fenômeno, ele deixou uma carta para aqueles que se interessassem em realizar a medição. E foi isso que ocorreu nos eventos dos anos de 1761 e 1769 — várias expedições astronômicas foram realizadas com o intuito de medir a distância entre a Terra e o Sol. As observações deveriam ser feitas de diferentes pontos da Terra, e o êxito da medição dependeria da marcação exata de quatro momentos distintos do fenômeno: o momento em que Vênus tocaria a parte externa do disco do Sol (início do fenômeno), quando esse planeta entrasse totalmente no disco solar, o momento em que ele tocasse novamente a parte externa do disco solar e quando saísse da frente do Sol (final do fenômeno).
Mas a precariedade dos instrumentos de observação da época não permitiu que a distância entre o Sol e a Terra fosse calculada com precisão. Na verdade, o que se observou foi o “efeito gota”, ou seja, o disco de Vênus apresentou um desvio em direção ao disco solar, o que fez com que os observadores divergissem em relação ao momento em que ocorreram os contatos com o disco solar. Mesmo com todos os problemas enfrentados, o resultado não foi tão mau, pois as medições divergiram em torno de 7 milhões de quilômetros da medida atual, que é de 149,6 milhões de quilômetros.
Esquema ilustrativo mostrando o trânsito de Vênus de 2004. O ponto I é o momento do início do fenômeno, quando Vênus toca a parte externa do disco solar. No ponto II, Vênus se encontra totalmente no interior do disco do Sol. Os pontos III e IV representam, respectivamente, as duas últimas partes do fenômeno — são esses os principais pontos que vimos daqui do Brasil.
Como foi
Infelizmente, o Brasil não está localizado em uma área do globo propícia para a observação do fenômeno em sua totalidade. Quando o Sol nascer para nós, ele já terá começado, por isso, poderemos acompanhar apenas a parte final do trânsito. As regiões mais bem localizadas são Europa e Ásia.
Mesmo assim você poderá acompanhar o Trânsito de Vênus, para isso basta um pouco de sorte para contar com um céu aberto (livre de nuvens), boa vontade de acordar cedo e providenciar antecipadamente o filtro de soldador n.º 14. Se tudo ocorrer dentro do previsto, você poderá observar um pequeno ponto preto deslocando-se em frente ao disco solar, esse ponto é o planeta Vênus. Veja na próxima tela os horários de nascimento do Sol para algumas capitais brasileiras, se a sua cidade não estiver na tabela, tome por base a mais próxima.
Na animação, você pode ter uma ideia de como foi o fenômeno.
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No dia 8 de junho de 2004, o Sol nasceu com um aspecto diferente, mas apenas os atentos perceberam isso. Entre a Terra e o Sol, estava o planeta Vênus, em um fenômeno astronômico bastante raro, o trânsito de Vênus.
O que é?
Vênus é um planeta cuja órbita é interna à da Terra, ou seja, ele orbita entre a Terra e o Sol. O trânsito de Vênus nada mais é do que um alinhamento entre o Sol, Vênus e a Terra. Durante esse fenômeno, Vênus passará diante do disco solar, formando algo como um minieclipse, e causará uma diminuição de cerca de 1% da luz solar que atinge a Terra, o que será imperceptível.
Posição dos planetas no momento do trânsito de Vênus. Observe que a Terra, Vênus e o Sol formam um alinhamento perfeito.
Um evento raro
Esse acontecimento é realmente raro, tanto que o século XX não presenciou um fenômeno similar a esse — o último ocorreu em 6 de dezembro de 1882. Por isso, acredita-se que, atualmente, não existe alguém ainda vivo que tenha assistido a um trânsito de Vênus.
Na verdade, o trânsito de Vênus ocorre em pares, separados por oito anos. Assim, depois de 2004, ocorrerá outro trânsito de Vênus em 2012. O que torna esse evento raro é o fato de o intervalo entre os pares ser de 105 a 122 anos. Quem perder o evento de 2004 deverá esperar até 2012. Depois disso, só ocorrerá outro daqui a mais de 100 anos. Será que ainda estaremos aqui?
Histórico
O trânsito de Vênus tem um papel importante na história da astronomia. Em 1667, o famoso astrônomo Edmund Halley percebeu que poderia usar esse fenômeno para calcular a distância exata entre a Terra e o Sol. Como sabia que não estaria vivo para presenciar a próxima ocorrência do fenômeno, ele deixou uma carta para aqueles que se interessassem em realizar a medição. E foi isso que ocorreu nos eventos dos anos de 1761 e 1769 — várias expedições astronômicas foram realizadas com o intuito de medir a distância entre a Terra e o Sol. As observações deveriam ser feitas de diferentes pontos da Terra, e o êxito da medição dependeria da marcação exata de quatro momentos distintos do fenômeno: o momento em que Vênus tocaria a parte externa do disco do Sol (início do fenômeno), quando esse planeta entrasse totalmente no disco solar, o momento em que ele tocasse novamente a parte externa do disco solar e quando saísse da frente do Sol (final do fenômeno).
Mas a precariedade dos instrumentos de observação da época não permitiu que a distância entre o Sol e a Terra fosse calculada com precisão. Na verdade, o que se observou foi o “efeito gota”, ou seja, o disco de Vênus apresentou um desvio em direção ao disco solar, o que fez com que os observadores divergissem em relação ao momento em que ocorreram os contatos com o disco solar. Mesmo com todos os problemas enfrentados, o resultado não foi tão mau, pois as medições divergiram em torno de 7 milhões de quilômetros da medida atual, que é de 149,6 milhões de quilômetros.
Esquema ilustrativo mostrando o trânsito de Vênus de 2004. O ponto I é o momento do início do fenômeno, quando Vênus toca a parte externa do disco solar. No ponto II, Vênus se encontra totalmente no interior do disco do Sol. Os pontos III e IV representam, respectivamente, as duas últimas partes do fenômeno — são esses os principais pontos que vimos daqui do Brasil.
Como foi
Infelizmente, o Brasil não está localizado em uma área do globo propícia para a observação do fenômeno em sua totalidade. Quando o Sol nascer para nós, ele já terá começado, por isso, poderemos acompanhar apenas a parte final do trânsito. As regiões mais bem localizadas são Europa e Ásia.
Mesmo assim você poderá acompanhar o Trânsito de Vênus, para isso basta um pouco de sorte para contar com um céu aberto (livre de nuvens), boa vontade de acordar cedo e providenciar antecipadamente o filtro de soldador n.º 14. Se tudo ocorrer dentro do previsto, você poderá observar um pequeno ponto preto deslocando-se em frente ao disco solar, esse ponto é o planeta Vênus. Veja na próxima tela os horários de nascimento do Sol para algumas capitais brasileiras, se a sua cidade não estiver na tabela, tome por base a mais próxima.
Na animação, você pode ter uma ideia de como foi o fenômeno.
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